domingo, 31 de maio de 2009

Melhores amigos (?)


Ataca, fere e ama
Ama, brinca e reclama
Reclama, magoa, se arrepende
Se arrepende, se desculpa, mas não perdoa.

Não perdoa, perde
Perde, procura, não acha
Não acha, chora, se lembra
Se lembra, perdoa, pede, ama
E ama, e brinca, e fere, e ataca e reclama.

Enfim, como isso se chama? [...]



Alguém achou por aí minha sanidade? Favor, devolver o quanto antes. (Só espero que não esteja no mesmo lugar onde puseram a descência de alguns...)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Gilberto vai com os outros.

Na minha escola, o mau-humor parece consumir todos os funcionários. Eu estava num momento meu, muito meu, fugindo da 'parada de troca de comando' (pra os que não sabem, quando acontece alguma coisa de muita importância na escola, temos aquelas paradas militares que duram três horas de puro sol na cara e posição imóvel, sabe?). Para tal peripérsia, assumi o posto de sub-xerife (que sempre fica na porta da sala em paradas matinais, mas não em paradas como a que estava acontecendo). Até aí tudo bem, meu cinismo é ótimo nessas situações. O problema todo foi eu inventar de sair pra tomar café na cantina. Volto eu do meu percurso sala-cantina com um strudel tamanho GG e um copo de 350ml de refrigerante de guaraná em mãos, um cada em cada mão, evidentemente, concentrando-me para que o refrigerante não transbordasse do copo enquanto eu andava, quando sou surpreendido por uma sargento-vigia do pavilhão:
- Aluno!
- Ooooi?! - Só com essa fala, acabo de assumir completamente o erro. Vulgarmente, "a máscara me serviu". - É comigo? - Muito bem disfarçado. Agora sim...
- Fazendo o quê fora da sala? - olha fulminantemente para o meu strudel, que pareceu murchar ao ser encarado - E com comida ainda?!
- Ah, tenente...
- Sargento! - ela exclama, me interrompendo.
- SÉRIO?! CAAAAARA DE TENENTE! - Lição dois: sempre amacie o ego de militares. Eles adoram. - Mas então, como eu ia dizendo, cheguei na escola atrasado e sem tomar café ainda. O carro de meu pai foi quebrar logo no meio do caminho. Já falei com o tenente e ele permitiu. Que eu comesse alguma coisa.
- Sim... mas o que faz você estar indo para a sala e não para o corpo de alunos? (lugar onde eu, evidentemente, deveria ter ficado o tempo todo)
- Ah, tenen... sargento, eu vi algumas pessoas na porta de suas salas e fiquei também.
- Quer dizer então que se todo mundo pular de um prédio você também pula?
- Ah, isso vai depender do que tem em cima do prédio ou do que está debaixo dele. - depois de dizer isso, caprichei na cara de aluno-fofo-inocente.
Ela segurou o riso e mandou que eu voltasse para a sala.


Nada como alegrar um momento para salvar o próprio dia.

terça-feira, 19 de maio de 2009


Para os fiéis, traição
para os amigos, indiferença
para os atentos, distração
para os amantes, repulsão

Para tudo, nada
para o sábio, ignorância
para o celibato, tara
para o gentil, arrogância

Encarecidamente, peço que me deixem esquecer. O meu me importar está cada vez mais irritante, eu cada vez mais falante e, por falar, errante. Aprenderei que ignorar é virtude, que ser igual é ter atitude e que apenas um sorriso basta.
Dedicar-me-ei à literatura: os contos são sempre muito mais fascinantes que a vida real. Talvez eu escreva um conto sobre quem eu seria se não estivesse correspondendo às expectativas.
Todos os domingos irei à igreja, rezarei pelo mesmo Deus de todos. Ao fim, tomarei a hóstia em gesto de respeito e devoção depois de já ter contado todos os meus erros à única pessoa que deve conhecê-los.
Deixarei de ser prolixo, elíptico, paralelista e conotativo; direi tudo de uma forma resumida e clara.

Ao fim de cada dia, deitarei em meio ao escuro virado para a parede, suspirarei duas ou três vezes contendo o choro, pedirei a mim mesmo para ter calma e, logo em seguida, irei dizer que amanhã tudo se resolverá, sendo retórico comigo mesmo.



Diário de William Frade.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Só pra acabar de matar.


Odeio mentir, mas sou perito na arte. Acontece que ser perito quando não se tem cautela é pra lá de desastroso.



TEXTO BARROCO. Me lembrem de explicar depois. Umbeijo.