quinta-feira, 2 de julho de 2009

In.sô.nia - primeira carta

Eu tenho insônia. Estou escrevendo isso, aliás, pois agora, hora em que eu deveria, como toda pessoa normal, estar dormindo, estou aqui. Sabe o que é deitar e ouvir cada barulho? Os cães latem, vez ou outra um automóvel passa na rua, ouço a voz de uma mulher que grita com seu amante por um motivo que desconheço e o vizinho que está reclamando de seu dia cheio com o filho. Concentro-me mais um pouco e vejo as cenas do cotidiano mediocremente normal: as mesmas pessoas de sempre, a fadiga que tenho em olhá-las, a obrigatoriedade que tenho de lhes retribuir gracejos duvidosos ou de, por ventura, me incluir em seus diálogos. Logo me canso e volto-me a mim mesmo, só que dessa vez para pensar em nada ou em tudo ao redor. Penso em como seria se eu não fosse tão adepto ao Byronismo ou às ideologias de Nietchzs. Quão boa deveria ser a vida! Quão viva! Ao invés disso, me queixo de mim, dilacero cada esperança, me perco de Deus e dos deuses, penso como deve ser além da vida e se lá, ao menos eu poderia saber a verdade de tudo ou se porventura eu não teria mais memória de nada. Eu queria mesmo era me esquecer de mim para, enfim, esquecer de tudo.

Um comentário:

  1. Gilberto, realmente, você está completamente byronista.
    Pra completar, só falta uma tuberculose!

    PS: Legal o texto!

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